Os sucessivos reajustes na taxa de energia desde 2020 têm causado diversos prejuízos nos comércios, em particular, para o setor varejista. Isso se dá por conta das crises enfrentadas atualmente no país.
A questão da energia elétrica sempre foi de suma relevância para o setor varejista, visto que, muitas vezes, essa despesa corresponde ao segundo custo mais alto nesse segmento, perdendo apenas para a folha de pagamentos e ultrapassando o valor do aluguel.
Esse custo pode chegar até 2% do faturamento da empresa, segundo a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
Os mercados, dentro dessa categoria, são os que mais despendem capital com eletricidade. Isso ocorre como resultado da demanda de energia que é utilizada para alimentar as cargas necessárias para viabilizar o estabelecimento.
A iluminação, os computadores, ares-condicionados e refrigeradores são os principais vilões desse alto consumo.
Energia reativa: não pague mais multas
Diante do cenário presente no Brasil, essa pauta tornou-se mais evidente A crise de saúde pública, devido a pandemia do Covid-19, somada a crise hídrica estão expondo a importância de as empresas buscarem alternativas para a produção e consumo de energia elétrica, e por consequência, aumentarem a eficiência em suas operações.
Conta-Covid
Para amortecer os impactos financeiros sofridos pelo setor elétrico, foi criada a Conta-Covid, que deverá ser quitada dentro de 60 meses pelos consumidores.
De fato, este período dilui bastante a prestação, mas ao mesmo tempo é um valor que será pago da qualquer forma, e que já causou alterações significativas na renda dos brasileiros e na receita das organizações.
Crise Hídrica
Para agravar ainda mais a situação, o país está vivenciando o pior período de seca dos últimos 91 anos, e que deve ter duração até novembro.
A escassez de água compromete o processo operacional das usinas hidrelétricas, as quais que correspondem a 60% da matriz energética do país. Portanto, já nas faturas de julho uma nova alteração da bandeira vermelha patamar 2 causará majoração no preço por KW/h, de R$ 6,24 para R$ 9,49 para cada 100 quilowatts consumidos por hora, correspondendo um aumento de 52% na respectiva taxa.
Risco de racionamento de energia
Além disso, não está descartado o risco de racionamento e, até mesmo, de blecautes, como ocorreu no ano de 2001.
A despesa com eletricidade que já estava alta, alcançou patamares ainda mais elevados, e a previsão é que até o final do ano, a bandeira tarifária sofra novos acréscimos no custo. Isto implica em maior comprometimento no faturamento, menor competitividade, alta nos preços dos produtos para o cliente final – impactando diretamente nos índices de inflação, desperdício de capital, entre outras dificuldades para o ramo varejista.
Falta de chuva deve deixar conta de luz mais cara o ano todo
Considerando que o período de seca não é uma novidade no Brasil ocorrendo de maneira cíclica, e contando que outros contratempos inesperados podem ocorrer, é indispensável que o comerciante leve levem em conta alternativas para médio e longo prazo. Por conseguinte, estarão menos dependentes das hidrelétricas e melhor preparados para enfrentar as adversidades que poderão vir acontecer no setor de energia.
Soluções
O empreendedor que tem um planejamento conciso, medidas preditivas e foco na gestão de energia, além de alcançar um melhor faturamento, está mais bem preparado para lidar com os eventuais declínios no setor de geração de energia elétrica.
1 . Eficiência Energética
Um trabalho de eficiência energética é essencial para que se otimizem os recursos. Deve-se identificar os pontos críticos na estrutura elétrica, onde ocorrem perdas e falhas de
energia, e analisar o consumo de cada equipamento. Enfim, uma avaliação global da empresa permite a elaboração de um processo operacional efetivo para a redução dos custos.
Eficiência energética: produza mais com menos
Com esse laudo em mãos, é possível realizar melhorias e organizar todos os elementos elétricos, desde cabeamentos até considerar a troca de equipamentos para outros mais eficientes. Além disso, as instalações tornam-se mais seguras, já que pontos de risco são corrigidos e as normas vigentes de segurança são aplicadas.
A opção pela luz natural, LEDs, geradores próprios no horário de ponta, a escolha da melhor bandeira tarifável, e entre outros elementos, são levados em conta nessa análise.
2. Monitoramento
Ademais, é fundamental um monitoramento contínuo do consumo de eletricidade, devendo haver uma fiscalização eficiente para o controle das faturas, e de tempos em tempos, realizar um diagnóstico de rede e auditorias internas. Isso é especialmente válido se houver adição de novos maquinários ou aumento de demanda de energia.
3. Geração própria de energia
Outro passo importante a se considerar é a implementação de um sistema de geração de energia solar fotovoltaica, no qual, é permitida uma maior economia para a unidade consumidora, podendo chegar até à margem dos 80% de redução de conta.
O investimento para a instalação do próprio gerador solar pode, a princípio, ser encarado como custoso, contudo, a médio prazo, torna-se o melhor meio de economia para empresas que tem gastos elevados com eletricidade, como o mercado varejista.
Energia solar é viável para sua empresa?
O mesmo pode ser instalado por módulos, o que permite, maior liberdade ao investir o capital, ou seja, permite a adição de módulos posteriormente, conforme os ganhos e as necessidades.
Além do mais, o que era pago mensalmente na conta de luz será aplicado no próprio projeto solar, que têm garantia de 25 anos, sendo o mesmo quitado entre 4 a 5 anos.
É importante destacar que a manutenção para esse tipo de sistema é quase inexistente, exigindo apenas limpezas regulares.
O que são os kits solares do sistema fotovoltaico
Existem várias formas de executar esse investimento, o que deverá ser estudado pela organização em conjunto com consultoria gabaritada, a fim de encontrar a aplicação mais viável consoante com o quadro em que se encontra.
Tendência
Já é sabido que o mercado de energia tende a se tornar cada vez mais democrático. Nos últimos anos houve um crescimento significativo da Geração Distribuída a partir de energias renováveis, logo, os comércios de varejo estão, aos poucos, buscando novas soluções para economizar e maior independência do mercado cativo.
Mesmo as organizações que optam pela demanda contratada ou pelo mercado livre de energia, não estão livres de pagar taxas adicionais pela demanda excedente consumida ou ou superdimensionada não foi utilizada.
Conclusão
Os mercados, como dito anteriormente, são os mais afetados pelas despesas dispendiosas na conta elétrica dentro do mercado do varejo. Existe uma grande variedade de alternativas para a contenção dessa despesa, e a soma delas, traz resultados satisfatórios, maior competitividade e aproveitamento de capital.
Um projeto de solar exige um trabalho prévio de eficiência energética, assim como todo o processo necessita de um acompanhamento contínuo, e consultorias sempre que necessário, com especialistas da área.
Energia Solar: 10 coisas que você precisa saber
Conclui-se, que a iminente falta de energia hoje vivenciada pelo comércio de varejo, sobretudo pelos mercados, pode ser solucionada com processos preditivos, a otimização dos recursos naturais e com a aquisição de geradores próprios de energia.
Apesar das circunstâncias, o momento está aquecendo o mercado energético de uma forma ampla, o que significa, que em um futuro breve, a conta de luz e a falta de chuvas não serão um problema
Por Giselle Magali Bohnen
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