Em maio do ano passado, o Piauí alcançou a liderança, em todo o Brasil, na capacidade de produção de energia solar
O Brasil é um país com potencial gigantesco no mercado de energia fotovoltaica, recurso que atua a partir da conversão do calor do sol em eletricidade. Por estar próximo à linha do Equador, possui pouca variação solar ao longo das estações do ano, um perfil interessante para investidores do ramo.
Cinturão Solar
Os maiores valores de irradiação solar no Brasil ocorrem no chamado “Cinturão Solar”, que delimita uma área que vai do Nordeste ao Pantanal na qual as melhores taxas se encontram entre Piauí, sertão da Bahia e parte de Minas Gerais.
Selo Solar: o que é e como adquirir o seu
O cinturão foi definido pelo Atlas Brasileiro de Energia Solar, elaborado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e busca incentivar os investidores a implementar mais projetos de energia solar. Afinal, a energia solar é considerada uma fonte de energia alternativa, renovável, limpa e sustentável, que beneficia a economia e auxilia na preservação do meio ambiente.
Energia Solar no Piauí
Em maio do ano passado, o Piauí alcançou a liderança, em todo o Brasil, na capacidade de produção de energia solar. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a potência das usinas de energia fotovoltaica instaladas em território piauiense passou de 1 GWH, ou 1.033,76 MWh. O segundo colocado foi a Bahia, com capacidade de 800 MWh; seguida do estado de Minas Gerais, com mais de 550 MWh.
Marcos Lira Tavares, professor do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Piauí (UFPI), é um dos nomes atuantes no tema da energia proveniente da luz e do calor do Sol.
Ao lado de demais professores, técnicos e discentes de instituições federais do Piauí, ele executa o projeto Escolas Solares, pensado para difundir o uso da energia solar conectada em escolas públicas no estado.
O professor comenta que o Piauí ostenta uma posição em destaque no cenário de energia solar em crescente desenvolvimento “O Piauí já marcou seu nome no cenário nacional quando o assunto é energia solar. Nós temos as duas maiores usinas solares da América Latina, a maior em São Gonçalo do Piauí e a outra em Ribeiro do Piauí. Hoje, somos o terceiro estado que mais produz energia solar, dentro da possibilidade real de ganhar mais uma posição nos próximos dois anos”, relatou.
Geração compartilhada de energia solar: modalidades e benefícios
Vantagens para o Estado
Para Marcos Lira, o excelente desempenho do Piauí se dá por dois fatores: o elevado potencial de irradiação solar e a política governamental que incentiva novos investimentos.
No quadro de usinas de geração centralizada e distribuída, o Piauí possui 17.527 empreendimentos espalhados em 215 municípios. A geração de energia centralizada se trata das grandes centrais fotovoltaicas que produzem energia aos consumidores através de linhas e redes de transmissão. Quanto à geração distribuída, ela se refere às micro e mini usinas localizadas em residências e pontos comerciais, por exemplo.
Lira Tavares observa com otimismo a aplicação do segmento no território, destacando que a fase de implantação do sistema é mais vantajosa para os pequenos municípios do Piauí. “Com a fase de implantação, você tem uma injeção de recursos imediata. Movimenta o setor de serviços, restantes e hospedagem, ou seja, é um impacto econômico e social na etapa de construção do empreendimento”, afirma.
Por outro lado, ele indica que esse fenômeno de movimentação é momentâneo, tendo em vista que a fase de operação assume uma reduzida equipe de profissionais para administrar o sistema. Mesmo assim, os benefícios são gerados nas cidades contempladas com compensação ambiental e outras variações de impostos. O professor da UFPI disse que quase 180 empresas aguardam a deliberação para atuação no Piauí, o que demonstra que o estado já é um bom alvo para negócios de energias renováveis.